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Discos: Weezer (Everything Will Be Alright In The End)

Foto: Weezer

WEEZER

Everything Will Be Alright In The End

Republic Records; 2014

Por Luciano Cirne


Deve ser complicado ser Rivers Cuomo: Para alguém que é líder de uma banda como o Weezer, que gravou duas verdadeiras obras-primas que estão sempre em quaisquer listas de melhores discos de rock dos anos 1990 (seu disco de estreia, conhecido como “Blue Album”, de 1994 e “Pinkerton”, de 1996), qualquer coisa que ele e seus asseclas gravem que não seja menos que excelente acaba sendo comparado pelos fãs xiitas com esses trabalhos antigos citados e, não raro, fica um gosto de frustração. 
A coisa chegou a tal ponto que teve gente fazendo abaixo-assinado na internet com o objetivo de arrecadar dinheiro para o Weezer acabar e assim, ser poupado de novas decepções. Convenhamos, isso é uma injustiça, pois por causa desse raciocínio discos muito legais como “Green Album”, “Maladroit” e “Red Album” acabaram obscurecidos e não tendo a atenção merecida. Porém, seu novo trabalho, sintomaticamente intutilado “Everything Will Be Alright In The End”, tem tudo para fazer o jogo virar novamente e fazer esses mesmos fãs darem ao menos uma acalmada.
A sensação de volta às origens se dá logo nos primeiros segundos da primeira faixa, “Back to the Shack”, onde Rivers pede desculpa a todos que acompanham a banda desde os primórdios e que queriam de volta o Weezer dos primeiros trabalhos, em versos como “Nos perdoem, pessoal, eu não percebi que precisava tanto de vocês/Eu pensei que conseguiria um novo público/Eu esqueci que disco music é uma porcaria”, e em músicas como “Lonely Girl” e “II – Anonymous”, que  poderiam estar perfeitamente em “Pinkerton”. Claro, ainda temos algumas parcerias como “Go Away”, composta em conjunto com Bethany Consentino (vocalista do Best Coast) e “Eulogy For a Rock Band”, gravada com os integrantes da banda Ozma (que para quem não se lembra, já tiveram a música “Game Over” erroneamente divulgada na internet como se fosse do Weezer), mas nada que assuste os fãs como a mal sucedida parceria com o rapper Lil Wayne em “Raditude”, de 2009. O dueto mais inusitado aqui (embora não seja exatamente inesperado) é em “I’ve Had It Up Here”, um hard rock farofento bem ao estilo do conjunto composta a quatro mãos com Justin Hawkins (vocalista do The Darkness, o Massacration britânico). Os únicos poréns seriam o fato de algumas músicas, por terem o andamento quase sempre idêntico, soarem um pouco parecidas entre si e algumas letras como a de “Cleopatra” serem tão cafonas que acho que nem o Wando teria coragem de gravar, mas nada que tire o brilho da obra. 
Everything Will Be Alright In the End cumpre o que promete: É talvez o melhor álbum deles desde o “Green Album” e prova incontestável que, ao contrário do que alguns xaropes comentam, a banda tem sim muita lenha ainda para queimar. Vai para o trono com louvor!

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