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Kansas celebra 40 anos em alto estilo



Foto: Amanda Machado

A primeira coisa que se nota ao chegar no Vivo Rio é o público - constituído em sua maioria por senhores grisalhos e ansiosamente joviais. Claro, havia jovens que descobriram a banda através de games e seriados cultuados, ou que foram maravilhosamente educados por seus pais desde a tenra idade. Mas a geração dos anos 70 e 80 dominava o local. A atmosfera era vibrante. Contida, mas vibrante. A sensação era de que a maioria estava ali prestes a reencontrar um grande amigo de adolescência. Afinal, o Kansas está comemorando 40 anos, o que já é grande motivo de celebração, e alguns de seus integrantes originais estão de volta ao grupo. Havia também uma certa apreensão para ver Ronnie Platt assumindo os vocais.  

De forma vigorosa, o grupo surge no palco ao som de "People Of The South Wind". Platt já dava mostras de que não teria assumido o vocal por acaso. Aliás, o vocalista estava elétrico - andava de um lado para o outro; interagia o tempo inteiro; e parecia ser o mais feliz em estar ali. Em contrapartida, Williams, com o seu tapa-olho remetendo ao pirata da banda, foi o mais distante da plateia. O guitarrista parecia concentrado apenas na execução das músicas, sem mal trocar olhares com os fãs. Em "Play The Game Tonight", hit dos anos oitenta, o indefectível teclado característico é tocado tão magistralmente por David Manion, que você esquece que a música tem mais de 30 anos. Já "Dust In The Wind" leva o público ao delírio - com destaque ao dueto entre Manion e David Ragsdale, no violino. Aliás, a banda tem na dinâmica a sua principal marca. E o que dizer dos arranjos vocais? Mesmo que a banda tenha reduzido ao máximo os instrumentais, o resultado continuou sendo genial. Em "Belexes", por exemplo, o duelo entre o violino de Ragsdale e a guitarra de Richard Williams causou arrepios generalizados - que chegou ao máximo na derradeira "Sparks Of The Tempest", encerrando a primeira parte do show.
 
Como já era sabido, o bis reservaria a cereja do bolo. "Fight Fire With Fire" fez com que todos abandonassem seus lugares (para que cadeiras?), e "Carry On Wayward Son" mostrou o que é um show de rock legítimo - com todos de pé, punhos cerrados pra cima, e cantando a plenos pulmões.

“Eu não poderia morrer sem ver o Kansas” - dispara um colega ao lado. Mas quem disse que o Kansas é para ser visto apenas uma vez na vida?

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