No Rio, Arctic Monkeys brilha em noite impecável
Foto: Vinicius Pereira
Por Danyelle Woyames
O show da banda inglesa Arctic Monkeys lotou a HSBC Arena neste sábado (15/11). Olhando lá do alto, a única coisa que vinha à mente era a expressão “mar de gente”. Todos à espera do tão aguardado show solo em terras cariocas. Assim que o grupo subiu ao palco, parecia que o local iria abaixo com a vibração do público. Logo no primeiro acorde de “Do I Wanna Know?” foi impossível não se arrepiar com a energia da plateia.
O show foi de uma qualidade musical impecável, com som pesado e forte. Tão pesado que algumas baladas como “Suck It And See” e “Cornerstone” ficaram de fora do repertório e fizeram falta. O set list acabou sendo dividido em momentos com canções que levantavam o público e outros com músicas mais lentas, que proporcionavam luzes acesas nos celulares da plateia, no lugar do já suplantado isqueiro.
Foto: Vinicius Pereira
Apesar da indiscutível qualidade sonora e do visível direcionamento total de energia para a música, o público sentiu falta de mais interação com a banda. Alex Turner não é dado às costumeiras “firulas” com a plateia nem a chamá-la para participar. Por mais que todos estivessem cantando a plenos pulmões, a sensação era a de estar ali mais como espectador do que como parte do show.
Mas é preciso constatar que não parece se tratar de antipatia, mas apenas da concentração necessária à execução perfeita das canções por parte de um vocalista que também é guitarrista. E no momento de “505”, já próximo ao final da apresentação, o público também se concentrou e emocionou.
Antes de terminar, Alex cantou um pequeno trecho de “Mardy Bum”, chegando a acender a esperança dos fãs. Mas fez uma pausa teatral e, em vez de continuar, voltou para o repertório planejado: encerrou com “R U Mine” que, assim como a música da abertura, fez o chão tremer com a vibração do público.
O que faltou em um, sobrou em outro
Foto: Vinicius Pereira
A abertura foi feita pelo grupo sueco The Hives, que agitou a multidão e fez uma apresentação bastante interativa, sempre chamando o público para participar do espetáculo. Digamos que eles fizeram muito bem a lição e coseguiram manter um bom diálogo com um público que, em sua grande maioria, não era próprio.
A falta de intimidade da plateia com grande parte do repertório era clara, mas o fato foi suplantado pela animação do vocalista Pelle Almqvist, que chegou a falar no celular de uma fã chamada Elisa. Até mesmo o guitarrista Nicholaus Arson levantou o público e “roubou a cena” em vários momentos com suas performances teatrais, não se deixando intimidar pelos problemas técnicos que enfrentou com o equipamento.
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