DISCOS: DEAD FISH (VITÓRIA)
DEAD FISH
Vitória
Independente; 2015
Por Bruno Eduardo
Esqueça toda aquela baboseira de direita e esquerda, de declarações em mídias sociais e todo esse blá-blá-blá inoperante. São em pancadas de fino hardcore como "Selfegofactóide" e "Procrastinando" que o Dead Fish dá o seu recado.
Ouvindo o novo disco do grupo, Vitória, fica evidente que eles se apropriaram muito bem de seu longo tempo de estrada - ganhando convicção suficiente para aventuras e desventuras necessárias. O título do álbum pode ser considerado o resultado óbvio ao caminho que o grupo percorreu até o seu lançamento. Pela primeira vez em sua história, o Dead Fish aderiu a uma campanha de financiamento coletivo para poder gravar e lançar seu disco. O sucesso foi tão grande - quase R$200 mil reais acima da meta - que a campanha bateu o recorde de todos os projetos lançados pelo site Catarse.
O primeiro disco com a atual formação conta com pouco mais de meia hora de duração. No caso de Vitória, menos é mais. Além das canções mais datadas, que imperam pela energia e agressividade ("Obsoleto"), há no disco várias faixas que primam pelo instrumental e cadenciam o ritmo para interlúdios de guitarra e baixo marcantes - como é o caso da ótima "Kryptonita", e de "912 Passos". Ao contrário do que muitos sugerem nas redes sociais, as letras tratam de temas políticos e fazem críticas a diversos aspectos sociais de nosso país - o que prova mais uma vez que eles são uma banda contestadora, como qualquer outra do hardcore nacional. Entre as faixas que batem nesse tema, destaque para "Gigante E Inseguro".
Para quem toma o Dead Fish como um dos ícones do hardcore nacional, o álbum Vitória serve como uma bela constatação.
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