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Incrementados, The Baggios e Fleeting Circus agitam Rio Novo Rock

 Foto: Bruno Eduardo

Por Bruno Eduardo


Uma desconfortável microfonia deu início ao show do grupo carioca Fleeting Circus, que traz uma proposta calcada no rock atmosférico do Muse. A influência do grupo liderado por Matt Bellamy é explícita, principalmente nas investidas vocais de Taynã Frota, que intercala fraseados abertos e falsetes líricos. Isso pôde ser visto logo na primeira música do repertório, a climática "Kraut". Já "Anonymous", que vem em seguida, é um rock alternativo com mais evidência nas guitarras, mas que não se desgarra da proposta ousada e bem definida do grupo. No palco, eles utilizam luzes neon, roupas de tecido laminado e sapatos que brilham no escuro para dar uma reforçada no tema space rock. Talvez por ser uma banda com um pé na ópera rock de bandas como Queen - ou do já citado Muse -, o som do Fleeting Circus acaba ganhando melhor forma no jogo vocal, como fica evidente na quase progressiva "Dancing Tides", onde Taynã e o guitarrista Felipe Vianna criam o primeiro dueto da noite. Com peso e levada marcante, a arrastada "Pino" se destaca no repertório por utilizar guitarras consistentes e efeitos bem tramados. O show perde um pouco a força na lenta e psicodélica "Cold Dew", que quebra o ritmo de forma considerável. Mas o momento de maior energia fica para quase interminável "Fake Station" / "Rock no Deserto", que traz uma pancadaria digna dos bons tempos do finado - e saudoso - The Mars Volta. Curti a viagem.

Foto: Bruno Eduardo

O The Baggios apresentou ao público o seu novo formato, que na maior parte do show, conta agora com tecladista Rafael Ramos. No início, tudo igual. O duo mandou ver na guitarrada massacrante de "Afro" e no riff à la Tom Morello de "O Azar Me Consome". Com mais de dez anos na estrada, as influências do Baggios passam forte pelo hard rock dos anos setenta - com destaque para a dupla Sabbath / Zeppelin - e flerta de forma veemente com o blues tradicional, mas também com o rock atual e de vanguarda. O resultado dessa química chega forte em "Hard Times" - faixa que saiu em 2008, de forma independente - e "Sem Condição". Mesmo que o grande destaque fique quase sempre para os acordes envenenados de Júlio Andrade, é do baterista Gabriel Carvalho a responsabilidade de conseguir suportar ritmos tradicionais, como o blues, passando pelo rock seiscentista e o garage rock com a mesma coesão. Em "Salomé Me Disse", eles iniciam a segunda parte do número como um trio, já contando com Rafael no teclado. E o mesmo faz a diferença em "Esturra Leão", com um órgão clássico, que faz lembrar os bons tempos de Jon Lord - fase "Perfect Strangers". Além disso, o som multi-regional do Baggios abre espaço para críticas aos problemas do cotidiano ("Sangue e Lama"), e uma introdução à surf music ("Desapracatado"). Para deixar a festa ainda mais animada, Gabriel Thomaz (Autoramas) foi convidado ao palco para uma versão enérgica de "Aqui Vou Eu", com direito a uma palinha de "Blue Suede Shoes", hino do rock anos cinquenta.

Foto: Bruno Eduardo

Após um ano e meio com 20 edições, 41 bandas, 20 DJs e um público aproximado de 10.000 pessoas, o Imperator Novo Rock se consolidou como o mais importante evento do rock independente do Rio de Janeiro. É com esse legado, que agora em 2016, o projeto se lança como Rio Novo Rock (RNR). Na nova fase, o evento expande seu conceito, que é apresentar e valorizar o trabalho autoral de novos artistas do rock, e amplia o diálogo com bandas de todo o Brasil.

Um comentário:

  1. Bela Matéria, não consegui ir ao evento mas pela cobertura consegui ter uma noção de como foi ...Valeu !!!!!!

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