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Discos: Dropkick Murphys (11 Shorts Stories Of Pain & Glory)

Foto: Divulgação
Dropkick Murphys mostra boa forma em seu sexto disco de estúdio 
DROPKICK MURPHYS
"11 Shorts Stories Of Pain & Glory"
Born & Bred Records; 2017
Por Ricardo Cachorrão Flávio


'11 Shorts Stories of Pain & Glory' é o nono álbum de estúdio do Dropkick Murphys, excelente banda de celtic punk formada no estado de Massachusetts, EUA, em 1996, e que estava desde 2013 sem lançar nada de novo, quando saiu 'Signed and Sealed in Blood'.

A história de gravação desse álbum começou quando a banda decidiu sair de Boston pela primeira vez para gravar e se isolar longe de casa, família e situações cotidianas. Foram para o Texas e chegaram a explicar que o tempo passa para todos, e em tempos passados eles não tinham tanta coisa para esquentar a cabeça, por isso definiram que precisavam desse isolamento para dedicação total ao trabalho e a partir de maio/2016 começaram a postar vídeos com as sessões de gravação no meio do nada.

Segundo algumas declarações do baixista e vocalista Ken Casey, este álbum foi muito influenciado pelo trabalho que a banda realiza com o The Claddagh Fund, uma instituição de caridade criada e mantida pela banda desde 2009, para ajudar a recuperação de pessoas do vício, além de apoiar crianças abandonadas e veteranos de guerra.

Indo ao que interessa... Dropkick Murphys é uma banda que não grava simples canções, mas o que se ouve num álbum da banda é uma seleção de hinos! E assim começa, com a belíssima canção “The Lonesome Boatman”. Sim, é um hino... Sim, a banda é dos EUA... E sim, o sangue irlandês corre e pede uma caneca de Guinness para acompanhar a audição!

A sequência vem com “Rebels With a Cause”, que fala de crianças que são abandonadas a sua própria sorte e o sistema as classifica como desesperadas, essa é um punk rock mais direto e urgente, sem a veia celta que acompanha a banda. “Blood” é a próxima e a gaita de foles fala alto, e pede outra caneca de Guinness!

Sandlot” começa com um violão e logo parece que estamos ouvindo uma velha canção dos Pogues, energia pura! “First Class Loser” nos leva de volta até a Irlanda e a impressão de que entoamos mais um hino. “Paying My Way” é a sequência e é outra daquelas que Ken Casey diz ter influência da fundação, fala sobre o caminho para se sair do vício e mirar coisas maiores e melhores na vida.

E o disco vai rolando e chega outro grande momento, “You’ll Never Walk Alone”, aquela mesma entoada pela torcida do Liverpool FC, e que já foi gravada por tanta gente, que vai de Frank Sinatra a Elvis Presley, no caso do Dropkick Murphys, também tem a ver com vício e o trabalho social da banda. Segundo Ken Casey, é de conhecimento público que está ocorrendo uma epidemia de overdoses de derivados do ópio (heroína, por exemplo) nos EUA, e, em particular, em Boston os números são alarmantes. Segundo ele, já esteve em mais de 30 casas de recuperação nos últimos dois anos dando apoio, e recentemente, o vocalista da banda, Al Barr, perdeu um cunhado para esse vício. Menciona que ao sair de uma dessas visitas essa música veio na cabeça e analisando a letra, se resumiu exatamente como ele se sentia, triste, mas sabendo que existe esperança, “Você nunca precisará andar sozinho”!

Em seguida, “4-15-13”, uma homenagem às vítimas do atentado a bomba durante a Maratona de Boston, que eles passaram a conhecer pessoalmente, pois estiveram visitando e tocando para todos no hospital, também como parte do trabalho social que desenvolvem.

Until The Next Time” encerra o álbum no mesmo nível que começou, muito bem... apesar da banda ter passado o segundo semestre de 2016 divulgando singles desses álbum e não ser totalmente novidade o que ouvimos, por ser lançamento oficial de 2017, podemos dizer que o ano começou bem, muito bem.

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