Há 32 anos o Van Halen lançava '5150', o divisor de águas de sua carreira
"5150"marca a estreia do vocalista Sammy Hagar no Van Halen |
Que me perdoem os fãs de David Lee Roth, mas uma das melhores eras do Van Halen foi introduzida pelo álbum 5150, o primeiro com Sammy Hagar à frente da banda.
O trabalho veio a ser a sétima produção do grupo e foi lançado em 24 de março de 1986, há exatos 32 anos. O nome veio do endereço do estúdio caseiro do guitarrista Eddie Van Halen e também é alusão ao código da justiça californiana que se refere às pessoas com distúrbios mentais. Há quem diga que o nome possa ter sido uma indireta a Roth que, na época, estava brigado com a banda e que, em resposta, teria lançado o álbum “Eat´em & Smile” (“Devore-os e Sorria”).
Desavenças à parte, 5150 acabou
sendo o primeiro álbum da banda a chegar ao topo da Billboard 200, chegando a passar o clássico 1984, disco anterior que tinha
alcançado a segunda posição. Sem toda a mise en scène de David Lee Roth,
o nome da banda se justifica neste disco: os irmãos Van Halen são mesmo os
grandes chefões do som e, Sammy, claro, surpreende dando uma nova cara ao
grupo.
“Why Can´t This Be Love” já
entra de cara emplacando como hit com Eddie nos teclados e Hagar tocando guitarra
e com vocal assertivo mas, ao mesmo tempo, dando leveza em contrapartida aos
instrumentos contundentes. Em “Dreams”, a banda decreta “We'll get higher and
higher/ Straight up, we'll climb (Iremos cada vez mais alto/ Sempre em frente/
Subiremos). E, pelo jeito, assim foi porque acabou sendo o segundo hit da
banda. Com um teclado preponderante e um refrão que mais parece um grito de
guerra, o som acabou se tornando referência para a Convenção Nacional dos
Democratas em 2004, sendo tocado logo depois do discurso de John Kerry. Aliás,
o próprio Hagar admite que esta é uma de suas músicas favoritas.
Com Eddie mandando ver no
sintetizador, "Love Walks In" começa e um apaixonado Hagar parece falar com as
notas lentas como num flerte melódico. A propósito, ele, disse que ficou
arrepiado quando Eddie tocou essa música pela primeira vez. “Achei tão linda
que eu logo escrevi a letra e cantei com um microfone de mão mesmo. Se você
ouvi-la bem de perto, vai perceber que não é o melhor vocal do mundo”, disse
Hagar para a revista britânica Classic Rock em 2014.
O álbum vai na contramão do que havia sido o Van
Halen desde então, até mesmo por apresentar mais baladas e letras mais
apaixonadas. Não à toa, nesta época, deram o apelido de Van Hagar por ser um
divisor de águas em relação à era Roth. Alguns dizem que houve
descaracterização pois a ausência do showman fez diferença. Mas o jeito simples
e roots de Hagar acabou marcando um momento histórico para a banda: pela
primeira vez, com 5150, o Van Halen atingiu o topo nos EUA.
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