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Rock in Rio Lisboa: No show de encerramento, Katy Perry não vai além de visual espalhafatoso

Katy Perry inicia show do Rock in Rio em clima de viagem espacial
Por Marcelo Alves

Atração que fechou a edição de 2018 do Rock in Rio Lisboa, Katy Perry subiu ao palco mundo com uma responsabilidade grande. Primeiro tinha que manter o nível alto depois do belo show de Jessie J. Em segundo lugar, não podia ficar atrás daquelas que foram as principais atrações do festival. Afinal, Muse, Bruno Mars e The Killers fizeram apresentações que estiveram entre os melhores deste ano. Era um desafio para a cantora californiana de 33 anos e que voltava a Lisboa depois de sete anos. Mas seu show ficou abaixo do esperado. 

Pela terceira vez no Rock in Rio, a primeira em Lisboa, Katy tem uma série de hits, tirados principalmente do segundo e terceiro álbuns, One of the boys (2008) e Teenage Dream (2010), para sustentar um show no palco mundo. Além da popularidade de quem já vendeu mais de 100 milhões de discos no planeta. 

Muitos estavam na Cidade do Rock por causa dela. Muito provavelmente, a maioria destes fãs saíram satisfeitos. Afinal, a cantora fornece a combinação de hits com um espetáculo visual atraente. O problema é que este acaba sendo também um defeito. A impressão que se passa é que o conceito visual acaba sendo um material de compensação para as canções do novo álbum, que deixam a desejar.

O show de Katy é o mesmo da turnê Witness, nome do recente álbum lançado no ano passado e cujas canções não têm o mesmo impacto e/ou qualidade que as de “Teenage Drem”, por exemplo. “Déjà Vu” talvez seja a melhor. Nove das 19 canções do show saem de Witness, enquanto cinco são do Teenage Dream, o seu álbum mais interessante e que tem músicas como a própria faixa-título, “California Gurls” e “Firework”, que costuma fechar os shows.

Katy também fica devendo na hora de cantar. Não é novidade que ela nunca teve uma voz privilegiada. A cantora já foi criticada algumas vezes justamente por isso. E o show só endossa a opinião daqueles que têm restrições quanto ao talento vocal dela e não a colocam na prateleira das grandes vozes da música pop. Na metade do show, Katy já estava rouca e quando se soltava um pouco, mais parecia gritar do que propriamente cantar. Acabou sendo muitas vezes ofuscado por suas backing vocals, cujas vozes se sobressaíam em alguns momentos. 

Para piorar, o microfone da cantora ainda falhou  no início de “Chained to The Rythim”. Parece que isso está virando uma marca curiosa de pelo menos um show no Rock in Rio, visto que o Metallica já sofreu com o mesmo problema no Rio de Janeiro.

Mas a própria música parece ficar em segundo plano em um espetáculo cuja história começa numa viagem espacial, passa por um momento de jogos, com a cantora cantando “Roulette” em cima de dados gigantes, corta para flamingos gigantes e dançantes em “Last Friday Night (T.G.I.F.)” e para um inseto alien gigante em “E.T.” Katy ainda traz de volta o famoso tubarão dançante que fez muito sucesso no seu show no Super Bowl de 2015.

No meio desta salada toda, surgem bailarinos vestidos com cabeças de televisão ou com olhos gigantes, fantoches gigantes, explosões, confetes e as cinco trocas de figurino da cantora. Cada um dentro do conceito do espetáculo que é dividido em cinco atos.

Visualmente é atraente, Katy não deixa nenhum sucesso de fora. Canções como “I kissed a girl”, seu primeiro sucesso, e “Roar” fazem a plateia pular e cantar com empolgação. Mas a cantora mostra muita embalagem e pouco conteúdo num show que deixou a desejar.

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