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Alice in Chains mantém legado sonoro de três décadas em seu novo álbum

Alice in Chains chega ao sexto disco de estúdio mostrando boa forma
Por Bruno Eduardo

O Alice in Chains completou recentemente trinta anos de estrada. A morte de Layne Staley em 2002 causou a falsa impressão de que a história da banda tinha chegado precocemente ao fim. Mas foi um quase. A entrada do funcional Willam DuVall, com direito a um belo cartão de visitas em 2009 (o elogiadíssimo Black Gives Way To Blue), foi a melhor celebração que o grupo poderia dar à vida de Staley. 

Com o legado devidamente mantido, o grupo liderado por Jerry Cantrell vai mostrando a cada novo trabalho que eles não perderam a linha criativa. Tanto que Rainier Fog, sexto álbum de inéditas do Alice in Chains, traz quase todos os ingredientes que marcaram a carreira da banda. Como de costume, as harmonias vocais de DuVall e Cantrell tomam o centro das coisas (da mesma forma que Layne e Cantrell fizeram um dia) em uma mistura que é impulsionada pela combinação do baixista Mike Inez e de Sean Kinney - um dos bateristas mais subestimados da história do rock pesado.

Mais uma vez, Duvall mostra que foi a escolha certa para o lugar. Quem acompanha a biografia do Alice in Chains, sabe que sua participação é fundamental para que haja uma manutenção da fórmula. Não é de hoje, que o Alice é obviamente carregado pela consistência sonora de Jerry Cantrell, que além de comandar o barco, criou um modelo para o encaixe do novo cantor. Tanto que Duvall raramente viaja em pistas solo, assim como Layne Staley fazia de forma sublime - tanto no Alice in Chains como no Mad Season. Todos as vocalizações do álbum estão devidamente amparadas por Cantrell, que torna tudo muito mais sólido.



O fato é que Rainier Fog traz tudo o que uma banda desse quilate poderia oferecer. Há confiança, consistência e grandes canções. O álbum abre com o riff deslumbrante de "The One You Know" e segue numa seqüência coesa com destaque para as imperdíveis "Red Giant" e "Drone", duas das mais características peças que o Alice in Chains fez em muitos anos. Outra que segue essa mesma linha nostálgica é "So Far Under", que remete aos melhores momentos de Staley. Há também espaço para momentos de levada acústica, como sugerem os sete minutos de "All I Am" e "Fly". "Maybe" também é outra que ganha colcha nas guitarras desplugadas, mas segue afiada nas vocalizações de Duvall e Cantrell. 

Após um registro que demonstrava continuidade (The Devil Put Dinosaur Here), dessa vez o Alice in Chains tenta dar um passo adiante com um conjunto de canções que colocam novas cartas na mesa. E por isso, merecem ser celebradas com repetidas audições. Rainier Fog não erra na medida e mostra uma banda em alto nível de posição criativa. O grunge vive.
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