Pela quarta vez no Rock in Rio, Iron Maiden chega consolidada como a maior marca de heavy metal da história
43 anos na estrada: Iron Maiden continua levando milhares de fãs em suas turnês |
O Iron Maiden estreou no Brasil junto ao Rock in Rio em 1985. Na época, a banda passava pelo o que muitos consideram o ápice criativo da carreira. A turnê de Powerslave completava uma trilogia fundamental para a história do heavy metal e colocava o grupo no time de bandas já consagradas. Hoje, mais de 30 anos depois, a banda volta a ser confirmada no festival com a mesma relevância entre os fãs, só que muito mais valorizada. A marca Iron Maiden é uma das mais valiosas do mundo e vende todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Quem acompanhou a trajetória do grupo pós-Rock in Rio 85, notou que com o passar dos anos eles sempre buscaram alternativas para para atrair fãs de diversas idades e culturas, e assim, nunca saírem de moda. Tanto que a turnê que chega ao Brasil no Rock in Rio 2019 é para divulgar o game "Legacy Of The Beast", que traz uma aventura em RPG do mascote Eddie. Não é a toa que Bruce Dickinson viaja o mundo dando palestras sobre empreendedorismo. O cantor compartilha com profissionais a sua experiência como empreendedor e investidor anjo. Para Dickinson, todo empresário precisa enxergar seus clientes como fãs. Segundo ele, os consumidores têm escolhas. Os fãs, não. "Você não vende apenas uma coisa, mas uma proposta, uma relação com a pessoa do outro lado da linha. Se você tem fãs, clientes fiéis, então você tem algo realmente valioso. Se você quer ficar no mercado, tem que pensar o que é valioso e o que seu negócio faz que é único e especial" - explica. Dickinson também fez uma interessante analogia entre bandas e gravadoras. Segundo o próprio, se uma gravadora fechar, ninguém vai ligar, mas se uma banda decidir parar de tocar, muita gente vai ficar triste. Ressaltou ainda que o Iron Maiden não vê problemas em fãs baixarem suas músicas na internet. O importante para eles é a ampliação do número de seguidores. Talvez isso explique o fato do rejuvenescimento de seus fãs a cada ano. "Hoje, qualquer um pode copiar as músicas da banda ou baixá-las da internet gratuitamente. O download de música é um problema? Não para o Iron Maiden. Nós não criamos músicas para ganhar dinheiro, mas sim para conquistar fãs. Eles são fieis e são os verdadeiros consumidores da banda. Conquistando fãs, garantimos a continuidade de nosso trabalho" - disse o cantor. O vocalista mostrou também que sabe tirar proveito da fidelidade dos fãs para solucionar incautos da carreira. Na última passagem da Iron Maiden no Rock in Rio, em 2013, ele fez comercial da "Trooper", cerveja oficial da banda em cima do palco - causando até desconforto com uma das patrocinadoras do evento, a Heineken. "Chegou uma hora que produzir um CD deixou de ser lucrativo. Então tive a ideia de fazer a cerveja, e o que aconteceu é que passamos a vendê-la associada à música. O disco acabava sendo subsidiado pela bebida, porque a mesma pessoa só compra um DVD ou download uma vez, mas quantas cervejas ela bebe? Muitas!" - explicou. O fato é que o Iron Maiden está sempre antenado ao movimento do mercado e a evolução dos seus fãs, e encontra formas de continuar motivando-os a consumir a marca. A maior constatação dessa capacidade da banda pode ser encontrada facilmente nos gatilhos das turnês, que utilizam produtos para auto-promoverem a marca e não o contrário - como o uso de um avião próprio, totalmente temático (Ed Force One) ou um game -, o que sempre dá certo.
Confira abaixo o Debate Rock sobre a confirmação do Iron Maiden no Rock in Rio 2019.
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