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'Feral Roots' atesta Rival Sons como a melhor banda de rock da nova geração

Rival Sons está de volta com Feral Roots, seu sexto disco de estúdio
Por Bruno Eduardo

Não adianta lutar contra o óbvio. O rock mantém sua tradição viva em cima de velhos clichês: bons riffs, baixo e bateria firmes e aquele vocal que faz a diferença. Tudo que vier além desse roteiro é lucro e corre o risco de se tornar revolucionário. Isso não é opinião, é história. E baseado nessa fórmula, que o Rival Sons aparece como a melhor banda de rock surgida nos últimos 10 anos.

Ninguém há de negar, as referências são as mesmas de sempre: Led Zeppelin e Black Sabbath. Mas quem já assistiu o grupo californiano ao vivo sabe que eles não soam como uma banda fake, tentando ser cover de algum dinossauro do rock. Eles possuem identidade, feeling e desde a sua estreia em 2009 com o álbum Before the Fire, seguem oferecendo uma explosão refrescante de hard rock e blues para quem busca novos nomes na praça. 

Após rodarem o mundo abrindo para o Black Sabbath, o Rival Sons assinou com uma grande gravadora (Atlantic) e decidu manter o premiado Dave Cobb para produzir seu sexto disco de estúdio, Feral RootsE eles acertaram em cheio. O banda supera todas as expectativas neste novo trabalho, conseguindo canções que parecem soar muito mais relevantes num mesmo conjunto - algo que não aconteceu no antecessor, o bom Hollow Bones

Feral Roots traz uma banda faminta, e brilha principalmente na entrega vocal de Jay Buchanan e nos riffs de guitarra ferozes de Scott Holiday. "Do Your Worst", que abre o disco, é aquele rock-pronto para as rádios, com um refrão que poderia ser cantado pelos Foo Fighters, por exemplo. A vigorosa "Sugar on the Bone" segue uma trajetória semelhante, mas aqui o destaque é do baterista Mike Miley, que é quem dá as cartas em muitas canções de Feral Roots, inclusive em "Back in the Woods", que traz viradas de bateria e incursões de baixo que saltam aos ouvidos. 



Uma das melhores, "Look Away", remete ao lado oriental do Led Zeppelin (fase álbum III) e conta com melodias de voz e guitarras que poderiam estar em qualquer disco do Soundgarden. Outra que também viaja nos violões à la Jimmy Page é a ótima faixa-título, que explode num refrão pegajoso. Outras faixas no meio deste álbum evocam a energia de bandas como Bad Company, com muito mais distorção, como é o caso de "Too Bad" (compare a performance vocal de Buchanan com Paul Rodgers). A pegada dos anos setenta continua forte em "Stood by Me", que lembra Rolling Stones, ou Black Crowes para a galera mais "nova".

A habilidade do grupo em untar referências passa principalmente pela capacidade de seu cantor, que brilha em quase todas as músicas deste álbum, como na derradeira "Shooting Stars", que é apoiada num coro gospel de emocionar. E isso deixa claro que eles sabem utilizar muito bem os ingredientes que possuem. Com isso, o que podemos dizer no fim das contas, é que o Rival Sons mostra-se muito mais apto a processar suas influências do que a maioria das bandas da atualidade. Por isso, trazem resultados mais frescos e vitais, como pode ser conferido neste imperdível Feral Roots.
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