Rock in Rio: Impecável, Iron Maiden exibe o seu legado em show apoteótico
Bruce Dickinson mostra grande forma durante o show do Rock in Rio [Foto: Diego Padilha] |
É difícil fazer qualquer crítica ao Iron Maiden, pois é uma banda que trabalha num nível de excelência e profissionalismo tão grande que são raros os momentos em que o grupo se apresenta pouco inspirado ou com o cantor Bruce Dickinson abaixo do esperado. E foi exatamente no seu mais alto nível de excelência que o Iron se apresentou para os 100 mil fãs que lotaram a Cidade do Rock para o dia do Metal. Um show que será lembrado como um dos melhores que a banda fez em suas 11 passagens no Rio de Janeiro e comparável, inclusive, ao de 2001, quando também foi a principal atração de uma das noites do terceiro Rock in Rio.
Com mais de 40 anos de carreira e com seus integrantes todos na faixa dos 60 anos, o Iron mostrou a força do seu repertório em um show tecnicamente impecável e ao mesmo tempo com a banda mostrando muita garra e vontade no palco.
A turnê Legacy Of The Beast celebra justamente a história da banda. Tanto que o set list privilegia canções antigas do Iron e deixa de lado os dois últimos discos, The Final Frontier (2010) e The Book Of Souls (2015), que tiveram turnês recentes. "Rock in Rio! Bem-vindo ao Legacy Of the Beast!", bradou o cantor Bruce Dickinson.
Com um repertório matador que começa com “Aces High” e termina com “Run To The Hills”, passando pelas obrigatórias “Fear Of The Dark” e “The Number Of The Beast”, o Iron vai apresentando a sua história para veteranos e novatos que podem ter visto a banda pela primeira vez na Cidade do Rock. Ambos muito provavelmente saíram muito satisfeitos.
"Meus amigos do Brasil, como vocês estão nesta noite? Pessoas no mundo todo estão vendo esse show e temos 100 mil pessoas aqui. Sempre voltaremos para vê-los no Brasil e no mundo todo", disse Bruce, que ao fim do show agradeceu aos fãs pela grande noite.
Como de praxe, o Iron não apresentou apenas um show com suas canções, mas todo o aparato cênico que ajudaram a construir a fama da banda. Havia um avião que se mexia no palco em “Aces High”, chamas lançadas pelo vocalista em “Flight of Icarus” e uma cruz brilhante conduzida pelo cantor em “Sign Of The Cross”, um dos pontos altos do show e que contou com uma inspirado interpretação de Bruce.
Mascote da banda, o demônio Eddie aparece em dois momentos. Em “The Trooper”, onde Bruce luta com ele no palco e puxa uma bandeira do Brasil, além da tradicional britânica, e em “Iron Maiden”, quando surge uma versão gigante no fundo do palco.
Bruce foi um mestre conduzindo a plateia. Discursou sobre a liberdade, antes de “Clainsman”, uma “canção sobre a liberdade. Nos seus corações vocês sabem o que isso significa”. E comandou o coro da plateia em “Wicker Man”, “Run to the hills” e, claro, “Fear of the Dark”, sempre um marco das apresentações do Iron. Tudo acompanhando pela habitual competência de seus colegas, o baixista Steve Harris, os guitarristas Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers e o baterista Nicko McBrain.
O Iron se despediu do Rio com um show gigante. A próxima chance de vê-los será neste domingo, quando o grupo tocará no estádio do Morumbi, em São Paulo.
O Eddie é o mascote do Iron Maiden, e não um demônio... Ele era somente uma cabeça que cuspia fogo (fogos) pela boca, no início da carreira. Após alguns anos, resolveram fazer um corpo e criando assim um mascote no palco.
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