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Lollapalooza Brasil anuncia line up com Guns N'Roses, The Strokes e Cage The Elephant

Lollapalooza Brasil: Axl Rose estará de volta ao Brasil com o Guns N'Roses
O Lollapalooza anunciou o line up completo de sua edição 2020 nesta quinta-feira e, como já esperado, misturou alguns grandes nomes da música com outros mais independentes e alternativos. Ao todo, foram 75 nomes de artistas e bandas anunciados dos mais variados gêneros, do hard rock ao funk brasileiro, da MPB ao punk, do rap ao pop, da música eletrônica ao R&B.

Segredo para avaliar a escalação do Lolla é focar no seu nicho e procurar conhecer o som das bandas que alinham com seu interesse

O grande nome do cartaz é o Guns N’ Roses, uma aposta segura que segue fazendo grandes shows apoiados em seu passado glorioso. Será a nona visita da banda ao país. Dividindo o espaço de headliners dos três dias de festival com o Guns, temos o produtor e cantor de hip hop Travis Scottt (famoso por colaborações com nomes ainda maiores como Kanye West, Rihanna, Drake e SZA), que lançou Astroworld em 2018 e mostrou que é uma das bolas da vez no estilo, com músicas arrojadas e ainda sem passagem pelo Brasil. Por fim, temos o The Strokes, um nome que é a cara do festival (foi headliner em 2017), mas que por enquanto não tem material novo para divulgar e nenhum trabalho dos últimos 10 anos rendeu o mesmo brilho e prestígio que a banda teve no início da carreira.


No segundo escalão, Martin Garrix, escalado pela segunda vez pelo Lolla Brasil, mostra que sua música eletrônica tanto experimental quanto mainstream continua em alta. Ao seu lado, duas cantoras do pop: Gwen Stefani (ex-No Doubt e ex-técnica do The Voice estadunidense) e Lana Del Rey, que lançou há pouco tempo seu quarto disco, Norman Fucking Rockwell! e está em excelente fase na carreira, além de ser um dos nomes mais pedidos ao festival todos os anos.


Entre as bandas de rock, destaco a primeira vinda do Idles ao Brasil. O nome da banda está na 11ª linha do line up, mas é uma peça chave na nova cena do punk inglês, famosa por incendiar a plateia com seus riffs repetitivos e ameaçadores. O Cage The Elephant, velha conhecida do festival brasileiro, vem para manter o indie vivo no Lolla, ao lado do sincrético inglês Rex Orange County, do folk rock canadense City and Colour, do folk americano do The Lumineers e dos barulhentos do A Day To Remember.


Os instrumentos bem timbrados do trio Menores Atos deverão representar muito bem o rock carioca no festival, além de terem o ótimo Lapso (2018) na bagagem e nenhum medo em tocar bem alto e com força. Com uma pegada mais branda e noventista, o Terno Rei também está escalado. A banda paulistana chega apoiado no elogiado Violeta, álbum lançado este ano que acabou revelando a banda para um público maior. A banda gaúcha Fresno, ícone do movimento emo e que conseguiu transcender o estilo, também subirá ao palco no autódromo de Interlagos para emplacar antigos sucessos e músicas de seu mais novo álbum, sua alegria foi cancelada.


Talvez o nome mais curioso da escalação seja The HU, quarteto da Mongólia que mistura metal com música tradicional de seu país. A banda foi fundada em 2016 por músicos experientes e acadêmicos, conseguindo bastante destaque por meio do YouTube e redes sociais.  James Blake, um dos artistas mais inventivos da atualidade, é outro nome que deve arrastar os interessados em música eletrônica não-feita-por-DJ para seu show, repleto de músicas que desviam do padrão bate estaca e comercial da EDM. A cantora King Princess (AKA Mikaela Straus) é uma multi-instrumentista queer e faz um pop bastante calcado na qualidade da composição e no uso de sua voz. A presença da artista no Lolla, ao lado de Hayley Kiyoko e Pabllo Vittar, já está sendo celebrada pela comunidade LGBTQI como um ato de representatividade da diversidade sexual.


A menos que seu gosto musical seja amplo, do tipo que escuta desde os DJs europeus até o heavy metal oriental, passando pelos artistas do funk e rap nacional, é normal ficar perdido com alguns dos nomes do line up. O Lollapalooza não é só um festival de rock, afinal, e inclui em seus três dias de shows DJs (Armin Van Buuren, San Holo, Alan Walker, Illenium), rappers nacionais (Emicida, Rashid, Djonga, 509-E, Filipe Ret, Haikaiss), funkeiros (Kevin O Chris, Ludmilla), nomes do hip hop internacional em ascensão (como Brockhampton, um dos mais bem quistos da atualidade, e Jaden Smith, filho do ator Will Smith) e estrelas pop que, se não são estrelas como Lana Del Rey, possuem um nicho de público de tamanho considerável para shows de 1 hora de duração (caso do ultrapop de Charli XCX, a mistura com R&B de Rita Ora e Kali Uchis, o country de Kacey Musgraves, o clima feel good de Mika e o indie pop de Hayley Kiyoko).



O Lollapalooza continua sendo um festival de diversidades, onde diversos nichos de público se encontram, se misturam e se separam também. A estratégia continua sendo a mesma das edições anteriores: combinar grandes nomes que não estão com necessariamente com trabalhos novos no mercado, mas que atiçam a curiosidade de um grande número de pessoas, com artistas em ascensão ou pouco conhecidos que estão muito ativos nos últimos anos. Vale a pena pagar um ingresso tão caro para ver Guns N’ Roses em um dia cheio de outras bandas que não fazem parte do repertório do fã de Axl Rose e Cia.? Sim, se a mente estiver aberta para o que bandas de gerações mais recentes estão fazendo não apenas nos estúdios, mas também em suas apresentações ao vivo.

Com um line up tão diverso, apostando e nichos tão díspares como o hard rock e a música para pistas de dança, o segredo para avaliar a escalação do Lolla Brasil é focar no seu nicho e procurar conhecer o som das bandas que alinham com seu interesse, e não ficar preocupado com todas as atrações do funk (ou do pop, ou do rock, ou do rap) que certamente não estão lá para você, mas para outro nicho de público que o festival também quer atrair.
O Lollapalooza acontece nos dias 3, 4 e 5 de abril de 2020 no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Esta será a nona edição do festival no país.

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