Em noite memorável, Guns N'Roses encerra São Paulo Trip com mais de três horas e meia de show
Axl e Slash em show memorável no Allianz Parque |
O último dia do festival São Paulo Trip que aconteceu neste domingo (26) contou com o show das bandas Tyler Bryant and the Shakekedown e Alice Cooper na abertura.
A última vez em que o veterano Alice Cooper tocou em São Paulo foi em 2007 no Credicard Hall, e me recordo de um show incrível, considerado um dos melhores naquele ano.
Dez anos depois e o show continua incrível, Alice Cooper esbanja vitalidade com seu espetáculo no melhor estilo “rock horror show”.
A banda conta uma guitarrista mulher, Nita Strauss, de 30 anos, que deu um show com solos virtuosos e carregados do peso e distorção. Além de linda, a guitarrista faz jus à excelente banda que acompanha o vocalista. Alice Cooper ainda sabe como chamar a atenção dos fãs com seus shows teatrais, cheios de performances com direito a boneca que vira bailarina (a filha do cantor, Calico Cooper, que é atriz e bailarina). A guilhotina no palco, o momento em que o vocalista é decapitado, as diversas trocas de roupa, o figurino, tudo no show do Alice Cooper é como um show de mágica, surpreendente.
O show teve a participação especial do guitarrista Andreas Kisser (Sepultura) tocando “School´s Out” e “Another Brick in the Wall” do Pink Floyd, música que encerra a apresentação da banda com direito a bolinhas de sabão e balões coloridos pelo palco voando em direção ao público.
Momento de gala com o trio de ferro da banda: Axl, Slash e Duff (no fundo) |
O show tem uma sequência de hits, para a alegria geral dos fãs. Na música “Chinese Democracy” Axl já mostra um pouco de dificuldade nas notas, mas seu ego não o deixa parar e ele segue sem medo, acompanhado do som da guitarra do famoso guitarrista Slash, que soa um pouco mais grave, mais suja. Slash abusa de solos que parecem intermináveis e mostra o porquê ainda é considerado um dos melhores guitarristas, sorte dos fãs!
Em “Better” Axl Rose ainda parece sofrer para cantar. Desafina, e a voz muitas vezes parece falhar nitidamente (embora na voz média e grave e na voz de peito, Axl vai muito melhor), mas para muitos isso pode ter passado despercebido, graças ao backing vocal da tecladista Melissa Reese e do baixista Duff que “seguram as pontas” em várias músicas.
Das poucas interações, o vocalista pergunta ao público: “Como vão?”. É impossível não reparar na boa forma e performance no palco do baixista Duff, que lembra os tempos áureos do Guns! “Live And Let Die” deixa a plateia ensandecida: os fãs, gritam, berram, cantam, o estádio está iluminado por luzes de celulares, e do palco vem sons que remetem aos tiros no refrão.
Não se pode dizer que foi um repertório ruim ou mal escolhido, pelo contrário, eles acertaram o “tiro” em cheio nos fãs. Mas a “menina dos olhos” nesse show é mesmo Slash, que rouba toda a atenção pra si. Slash sola um pouco mais de tempo, como em “Yesterday” e “Coma” e alguns fãs reclamam da demora, dos longos solos, mas o guitarrista compensa. “You Cold Be Mine” também não pode faltar, da trilha sonora do filme “O Exterminador do Futuro 2”, ilustrado por labaredas de fogo saem do palco.
Assim como na última vez no Brasil, Slash continua em forma |
Um estádio inteiro cantando “yeah, just a little patience, yeah, yeah” em “Patience”, com certeza para muitos foi o presente da noite! A banda ainda faz um cover de “The Seeker”, um hino da banda The Who que tocou no Rock In Rio e na primeira noite do São Paulo Trip.
“Paradise City” fecha o último dia do Festival São Paulo Trip, com um público feliz e satisfeito e um repertório que fez valer o ingresso e as horas em pé.
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