De volta à São Paulo, Living Colour coleciona mais um show imprescindível!
O habilidoso Doug Wimbish fez seu baixo falar alto no palco [Foto: Rom Jom] |
A ocasião especialíssima que trás o LIVING COLOUR de volta ao país é a, levemente tardia, turnê comemorativa dos 30 anos de lançamento do petardo Vivid, o clássico álbum de estreia da banda, que completou 31 anos em maio passado.
Depois de alguns dias frios na capital paulista, a sexta-feira chega com clima super agradável e, apesar da agitação na cidade – greve geral contra medidas do governo federal que afetam, principalmente, as camadas mais pobres da sociedade e, estreia da seleção brasileira de futebol na Copa América, a cerca de 1 km do Tropical Butantã – a chegada à casa de shows foi relativamente tranquila.
Dentro da casa ainda vazia, a banda paulistana Remove Silence fez o show de abertura, sem receber muita atenção dos presentes, a não ser pelo som muito alto e mal equalizado. Serviu bem para retardar a entrada da atração principal a tempo da casa encher, afinal, é dia útil, apesar de tudo o que estava acontecendo na cidade.
Indo ao que realmente interessa, o quarteto nova-iorquino formado pela voz de Corey Glover, a guitarra de Vernon Reid, o suingue do baixo de Doug Wimbish e o monstro baterista Will Calhoun começam a noite com dois covers seguidos, presentes no último álbum da banda, o excelente Shade, lançado em 2017, e ouvimos “Preachin’ Blues”, do gênio Robert Johnson e “Who Shot Ya?”, de The Notorius B.I.G., dedicada esta noite a vereadora Marielle Franco, assassinada numa emboscada juntamente com seu motorista, em março de 2018, num crime ainda não desvendado, onde as maiores suspeitas recaem sobre as milícias que dominam o Rio de Janeiro e possuem fortes ligações com a família do presidente da república. Um ato simples da banda, mas que mostra que continuam contundentes em seus discursos e nada alienados.
Antes de iniciar a catarse coletiva com a execução do disco Vivid na íntegra, ainda houve tempo para mais uma faixa do último álbum e tocaram “Freedom of Expression (F.O.X.)”. O que veio na sequencia é para constar na história com um dos maiores shows de rock que esta cidade já viu, sem deixar pedra sobre pedra, na ordem: “Cult of Personality”,”I Want to Know”,”Middle Man”,”Desperate People”,”Open Letter (to a Landlord)”,”Funny Vibe”,”Memories Can’t Wait”,”Broken Hearts”,”Glamour Boys”,”Whats Your Favorite Colour?”e”Which Way to America ?”. É mole?
Mas... Tem mais! A banda se retira do palco e Willian Calhoun executa seu famoso solo de bateria, cheio de efeitos e suingue, que sempre acontece nos shows da banda. Aplaudido efusivamente, o velho Will agradece numa grande simpatia enquanto seus companheiros voltam ao palco para tirar mais suor da galera, com três faixas do segundo disco da banda, Time’s Up, de 1990: “Love Hears It’s Ugly Head”,”Elvis Is Dead” e ”Type”.
Show para sair de alma lavada... Os caras não sabem brincar, e você que gosta de rock, fica o aviso, não morra sem antes assistir ao LIVING COLOUR ao vivo, é uma experiência que não pode faltar na vida.
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